quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ArquiPensamentos: Mudanças no novo Código Florestal



Via coletora em APP totalmente ocupada no centro urbano de Pelotas|RS
  
Foi apresentado hoje à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania o relatório do projeto do novo Código Florestal pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC).As principais modificações inseridas por Luiz Henrique são relativas a adequações constitucionais, para garantir segurança jurídica ao texto principalmente no que se refere ao "polêmico artigo 8º",que trata da legalização da atividade agrícola em áreas de preservação permanente (APPs), como várzeas e topos de morros, feitas até julho de 2008,numa tentativa de amenizar os conflitos, já que os ambientalistas o consideram uma anistia aos desmatadores.

A nova redação diz que a intervenção ou supressão de vegetação nativa em APPs somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas na lei em discussão, ficando autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvopastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até julho de 2008. Também houve a especificação desses conceitos, no artigo 3º.

Segundo o parlamentar,houve a mudança redacional que define claramente e sem excessões o que é utilidade pública, interesse social e atividade de baixo impacto ambiental, não permitindo novos desmatamentos.
O relatório, segundo disse, também estabelece as competências dos estados e do Distrito Federal na aplicação da lei, ou seja, deixa claro que a norma geral compete à União e o detalhamento aos demais entes federados, mas dá poderes aos governadores, além do Presidente da República, de disciplinarem os casos de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental.
Uma das modificações propostas pelo senador incluiu como atividade de utilidade pública obras de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento, energia, estádios e demais instalações necessárias à realização de competições esportivas, facilitando assim, a realização da Copa e das Olimpíadas.


Detalhamento
Luiz Henrique detalhou o que são as atividades de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental, que poderão ser definidos por governadores de estado ou o Presidente da República, exceções previstas para as intervenções em APPs.

- Utilidade pública:

a)
as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;

b) as obras de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento, energia, mineração, telecomunicações, radiodifusão, e estádios e demais instalações necessárias à realização de competições esportivas municipais, estaduais, nacionais ou internacionais;

c) atividades e obras de defesa civil;

d) demais atividades ou empreendimentos definidos em ato do chefe do Poder Executivo federal ou estadual.

- Interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como: prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de espécies invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;

b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal existente e não prejudiquem a função ambiental da área;

c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei;

d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009;

e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade.

f) as demais obras, planos, atividades ou empreendimentos definidos em ato do chefe do Poder Executivo federal ou estadual.

- Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso de água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou a retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável;

b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga de direito de uso da água, quando couber;

c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;

d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;

e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;

f) construção e manutenção de cercas de divisa de propriedade;

g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicável;

h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos;

i) plantio de espécies produtoras de frutos, sementes, castanha e outros produtos vegetais, plantados juntos ou de modo misto;

j) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventual e de baixo impacto ambiental em ato do chefe do Poder Executivo federal ou estadual.

Este assunto sempre me despertou grande interesse porque traz a tona os grandes problemas ocasionados pela falta de planejamento urbano das cidades.
O maior problema de aplicar o Código Florestal é talvez nas cidades, meios urbanos já consolidados e que se encontram em situações críticas de ocupação de APPs. Situações que podem e estão ocasionando tragédias. Afinal, o que fazer em situações como estas?
A resposta está no planejamento urbano. É possível sim "aliviar as tensões" naturais de ambientes já consolidados. Alterar a hierarquia viária, recompor encostas, renaturalizar áreas de várzea...Não é porque as ações são limitadas ao bom funcionamento da cidade que elas não podem ser executadas.
Cabe ao poder público atuar pro-ativamente, buscar regularizar as ocupações ilegais, obter recursos para fazer as desapropriações necessárias e trabalhar na prevenção de tragédias que podem ser, no mínimo, minimizadas.

Pense nisso e divulgue essa idéia...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ArquiPensamentos: Pioneirismo da capital Gaúcha: Porto Alegre terá o Primeiro Plano Diretor de Acessibilidade



O primeiro passo foi dado.
O Plano Diretor de Acessibilidade reúne toda a legislação vigente sobre o assunto, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A prefeitura da Capital Gaúcha assumiu uma postura pioneira no que diz respeito ao direito dos portadores de necessidades especiais já em 2005, quando foi criada a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis), hoje coordenada pelo secretário Paulo Brum, que organiza, em parceria com outras secretarias e entidades, cursos de capacitação profissional e acesso à informação sobre os direitos dessa população.
Cabe a nós, arquitetos e urbanistas, a consciência de que o primeiro passo deve ter continuidade e ser empregado  nas demais cidades. Pelotas, por exemplo, assim como toda cidade com um patrimônio histórico muito rico e diversificado, possui diversas limitações de acesso e de livre circulação tanto para o deficiente físico quanto para o idoso.
Um centro histórico localizado bem na área de maior tráfego e de maior concentração populacional exige maiores atenções. A preservação é necessária, mas temos que garantir o direito que todo cidadão têm de circular livremente e de ter acesso a tudo o que a cidade oferece, seja ele portador de deficiência ou não, cidadão é cidadão, a igualdade é garantida perante a lei.
Abaixo a reportagem do jornal Sul 21 que introduz o assunto.

'O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, sancionou nesta segunda-feira (22) o projeto da Câmara que cria o Plano Diretor de Acessibilidade. Porto Alegre é a primeira capital brasileira a contar com um plano para promover a acessibilidade das pessoas com deficiência nos espaços públicos.
O ato de assinatura integra a programação da 14ª Semana Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência. “As cidades não estão preparadas para a diversidade humana que devem comportar. O plano de Porto Alegre, fruto de intensa discussão com a sociedade, será um instrumento para fazermos um diagnóstico das necessidades específicas da capital, além das providências que já adotamos no transporte coletivo, calçadas e cursos de capacitação para as pessoas com deficiência”, afirmou Fortunati.
O Plano Diretor de Acessibilidade de Porto Alegre identifica necessidades de adequações das áreas nos novos projetos e intervenções de médio e longo prazos, contribuindo para a qualificação progressiva e integrada dos espaços públicos e privados de uso coletivo. O projeto inclui diagnóstico da Facultade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, viabilizado por convênio entre a prefeitura e o Ministério das Cidades.
Para o secretário municipal de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis), Paulo Brum, “a lei exclusiva para acessibilidade compila as legislações para dar efeito prático rumo ao acesso livre e universal das pessoas com deficiência, garantindo o seu direito de ir e vir”'.

domingo, 21 de agosto de 2011

E se passou um ano...[ 21|08|2011 ]


Você se lembra o que estava fazendo há exatamente um ano atrás?
Eu lembro. Tenho a certeza de que eu e mais algumas dezenas de pessoas lembramos exatamente.
Foi um dia de inverno completamente atípico em Pelotas, o dia estava quente e o sol brilhava no céu claro. Parecia, verdadeiramente, um presente de Deus.
Todos corriam, se apressavam pra deixar tudo pronto.
As meninas corriam mais, é verdade, do cabelereiro pro maquiador, dando os últimos ajustes nos vestidos. Em meio a correria, alguém aí se lembrou de coisas básicas, tipo comer?Relamente a cabeça estava em órbita.
Era difícil se concentrar, manter uma simples conversação com os amigos e familiares por telefone, que ligavam pra já cumprimentar, justificar sua ausência ou até mesmo, pra pedir as coordenadas pra chegar no Auditório do Campus da UFPel. É, realmente nem lembro se dei coordenadas inteligíveis, hoje penso que pode ter sido minha a culpa por alguns se atrasarem e até mesmo se perderem!
Falando em se perder, ninguém nunca vai esquecer da apreensão que passamos, quando nos demos por falta de uma das colegas formandas. Foram minutos tensos até que finalmente a nossa querida e nervosa Joelma, como sempre correndo chegou com ela e literalmente "enfiou" a toga rapidamente, em movimentos de fazer inveja a ninjas de grande gabarito. Mas enfim, não mencionemos nomes, né Wal?Hahahahah
Tudo certo, todo mundo lá, e aquele sentimento estranho só aumentava. Estranho mesmo, misto de alegria, sentimento de conquista, de "trabalho feito" com a já crescente saudade do convício diário com os colegas, com o medo do que estava por vir, do desconhecido e aquele sentimento de "o trabalho está só começando"...
Aconteceram alguns deslizes sim, era o vídeo que não entrava na hora certa, esquecemos ou até mesmo ignoramos o que tínhamos aprendido no ensaio. Normal!Afinal agora era com emoção, era pra valer! E, cá pra nós, num momento único como aquele, ninguém poderia me impedir ou impedir qualquer um de nós de cumprimentar toda a mesa de homenageados, fazer "montinho" nos colegas que estavam sendo chamados, gritar, dançar, comemorar!!!E nós fizemos tudo o que tínhamos direito...
Queridos colegas, agora Arquitetos e Urbanistas, naquela noite comemoramos o encerramento de um ciclo que sem dúvida foi um dos mais importantes períodos de nossas vidas. Entre amigos, colegas de profissão, mestres, pais e familiares, fizemos daquela noite, também um evento marcante. Durante cinco anos ( na verdade 5 anos e meio ao menos...), aprendemos a conviver com a diferença, sem necessariamente se tornar um diferente; a conviver com a dificuldade e sempre buscar as alternativas para superá-la, sem fazermos dela obstáculo; a aceitar as vitórias sem nos contagiar pelo sentimento de ganância e soberba.
Neste período, em todos os momentos em que estivemos nas ruas, em contato com as pessoas, nos foi muito comum os questionamentos sobre qual é o papel e o que faz o arquiteto urbanista para a Sociedade.
Não somos arquitetos e urbanistas por nós mesmos.Só seremos bons profissionais quando aprendermos a trabalhar em equipe, com multidisciplinaridade. A complexidade da cidade como sistema nos impões este desafio.
Os Arquitetos Urbanistas são pessoas dotadas de habilidades múltiplas, que transitam entre as ciências exatas, ciências humanas e sociais aplicadas, não desconsiderando também a necessidade em se conhecer, conviver e enfrentar questões pertinentes à área da saúde.
Dizia o Arquiteto Marco Vitrúvio, um dos primeiros homens a ousar escrever sobre arquitetura ainda na Idade Média, que “a ciência do arquiteto é ornada por muitos conhecimentos e saberes variados, pelos critérios da qual são julgadas todas as obras das demais artes. Ela nasce da prática e da teoria” Para ele prática “é o exercício constante e freqüente da experimentação, realizada com as mãos. Teoria, por outro lado, é o que permite explicar e demonstrar por meio da relação entre as partes e as coisas realizadas pelo engenho”  [1].Para Lúcio Costa, arquitetura é uma manifestação tolhida das artes, “é antes de mais nada, construção”, com o papel primordial de “organizar e ordenar o espaço para uma finalidade e determinada intenção.” [2] Ele insiste dizendo que tudo não passa de cenografia quando ela se perde em intenções meramente decorativas. Mas a intenção plástica é o que distingue arquitetura de uma simples construção.
Na história da humanidade, a arquitetura esteve sempre presente de uma maneira ou de outra, seja como uma forma de manifestação cultural; seja como manifestação artística; um sistema ou uma técnica de construção; ou mais recentemente quando ganhou características na produção, construção e formulação de nossas cidades. São estas cidades que estão determinando o nível de desenvolvimento dos países no mundo.Em outras palavras, sendo a produção das cidades uma de nossas atribuições profissionais, diria que o futuro do Brasil dependerá dos seus Arquitetos Urbanistas.
Enquanto estivemos dentro da Universidade, estávamos protegidos e blindados, de uma maneira que nos garantia a possibilidade de sonhar e pensar numa possível mudança de postura social, política e humana. Agora aqui, do lado de fora, nos cabe implementar boas idéias e manter nossa dignidade enquanto profissionais.
Que esta crença no possível nos torne pessoas melhores, nos faça profissionais sérios, comprometidos e engajados, e que através disso possamos continuar a sonhar e não temer pelo futuro.
Um feliz aniversário de um ano de formatura pra todos nós!!!Sinceramente foi um imenso prazer conhecer pessoas e profissionais como vocês!

Turma FAUrb UFPel 2010/1

CAROLINA PERAÇA DA SILVA
GABRIEL CABISTANY  BACHILLI
JEREMIAS FORMOLO
LUDMILA BANDEIRA LIMA BARROS
WALESCA DE SOUZA ZANONATO
ANDRÉ MANCINI CHOER
BERNARDO DAVID KROLOW
EDUARDO MATTAR RIEMKE
GABRIEL SILVA FERNANDES
MARCUS VINÍCIUS PEREIRA SARAIVA
NATÁLIA BORGES GONÇALVES
ROBERTA TABORDA SANTA CATHARINA
DANIELA AFONSO DA COSTA
GABRIELA DE ASSIS BRASIL BORCHHARDT
GIOVANA CORVO DA TRINDADE
LUCIANA FONSECA HOFF
MAYARA MARTINS VIEIRA
MÁRCIA LIMA WEYMAR
PAULA DA ROSA GOMES
BRUNO MARTINS PERES
HEBE MARTINS DAMÉ
JOSELINE DURANTE
LUCIANA DE JESUS MUNIZ
MARINA LANGE FUNARI DE CARVALHO
SABRINA LEAL RAU
THAÍS DEBLI LIBARDONI

1
POLIÃO, Marco Vitrúvio. Da arquitetura. Editora Hucitec, 2002, p. 49.
2
COSTA, Lúcio. Arquitetura. Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 2002, p. 21

3
COSTA, Lúcio. Arquitetura. Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 2002, p. 19

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Projeto Acadêmico 5° Semestre: Projeto Paisagístico


"Praça Folha"
A organização e a distribuição de elementos neste projeto tiveram origem em uma forma curvilínea de folha.
Suave e orgânica, essa forma contribuiu para uma acomodação natural dos elementos, criando recantos de convivencia com certa privacidade, ou puramente de comtemplação.Seus caminhos representam a fluidez, o caminho natural dos ventos que, assim como conduzem as folhas, induzem a movimentação dos pedestres. Sensação reforçada pela utilização de pisos longilíneos nos passeios e quadráticos nos recantos de descanso.
O partido nasceu com o intuito de se contrapor à realidade do entorno, destituído de locais de lazer para as diversas idades. Em virtude disso, buscou-se atender às diversas faixas etárias, dentro das limitações de um espaço reduzido.
As crianças ganharam equipamentos de playground, os jovens e adultos, espaços de socialização com um mínimo de privacidade e os idosos, espaços de comtemplação da natureza e da movimentação local. [FAUrb 2007]








terça-feira, 16 de agosto de 2011

ArquiPensamentos: O que faz um arquiteto?

Achei importante esta postagem, já que estamos em fase de transição. Para os que sabem e os que sabem mais ou menos...

O que faz um arquiteto?

Adaptado do 'Espaço Arquitetura' do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Rio Grande do Sul (IAB-RS)

A formação do arquiteto possibilita atuação em várias áreas.
Essa habilitação é expressa pela Lei Federal 5194/1966 e pela resolução 218/1973 que determinam as atribuições do arquiteto e urbanista, com as especificações de serviços que podem executar cabendo ao arquiteto as seguintes atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e territorial, e serviços afins e correlatos:
  • Supervisão, coordenação e orientação técnica.
  • Estudo, planejamento, projeto e especificação.
  • Assistência, assessoria e consultoria.
  • Direção de obra e serviço técnico. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico.
  • Desempenho de cargo e função técnica.
  • Ensino, pesquisa, analise, experimentação, ensaio e divulgação técnica e extensão.
  • Elaboração de orçamento.
  • Padronização, mensuração e controle de qualidade.
  • Execução de obra e serviço técnico.
  • Fiscalização de obra e serviço técnico.
  • Produção técnica e especializada.
  • Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção.
  • Execução de instalação, montagem e reparo.
  • Operação e manutenção de equipamento e instalação.
  • Execução de desenho técnico.

ArquiPensamentos: Se conselho fosse bom...


“Se conselho fosse bom, não se dava...vendia” é a frase de efeito perfeita que quase sempre antecede um conselho "grátis".
Então é de se pensar, se o ditado for válido, a julgar pelo quão caro saiu o recém-nascido Conselho de Arquitetura e Urbanismo, ele deve mesmo ser ótimo.

Quase 80 anos depois do casamento, finalmente saíram os papéis do divórcio, pedido há meio século. Não seremos mais explorados por engenheiros e agrônomos. Deixemos a tarefa para o Estado (sempre) e para os clientes, (as vezes).

Fim de casamento, terminada a burocracia da papelada, é hora de arrumar a nova casa e dar inicio a nova vida. Bem, e o que muda? Tudo.

Já diriam os filósofos que o que não existe na linguagem não existe no mundo, então a profissão autônoma de arquiteto passa a existir agora no Brasil. Exagero? Não é preciso atuar na área para saber que hoje não se têm a menor idéia do que separa a atuação do arquiteto e do engenheiro. Nós mesmos temos lá nossas dúvidas. 

Então ficamos nessa. Nós mesmos acabamos estabelecendo nossos limites de atuação. Situaçãozinha difícil de definir, quanto mais de explicar para um possível cliente. Realmente perceberemos que caminhamos na direção certa quando essa confusão se tornar algo inimaginável.

Sinceramente dá medo. Tudo ocorreu de forma tão abrupta que inevitavelmente deixou dúvidas. Medo de estarmos criando mais burocracias para processos que antes já eram suficientemente burocráticos. A separação pode deixar marcas profundas nos relacionamentos. Afinal, mesmo sendo profissionais de áreas diversas, nossas atuações estão profundamente ligadas entre si.

E o que mais assusta é que as prioridades que estão sendo estabelecidas, não são lá tão prioritárias nesse momento, como a ampliação de concursos públicos. É lógico que é uma necessidade, mas seria assim tão imediata?Tão propícia para um momento em que temos que cuidar da estrutura do nosso conselho?Vai acabar que só será alterada a quantidade e não a qualidade dos concursos.Eles vão funcionar da mesma forma deficiente que hoje.
Os projetos escolhidos  continuarão sendo: escolhidos à revelia das regras do edital  e se nem dotação orçamentária aprovada existe para a obra, a chance de que saia do papel é sempre pequena; amplamente alterados, com a aprovação ou não dos arquitetos, segundo a vontade do contratante; produzidos em um escritório com boa parte (ou a totalidade) de arquitetos sub-remunerados e não registrados, que trabalham em 3 ou 4 softwares piratas; alvos de prazos esdrúxulos para a entrega, seão pagos meses após o término, e licitados em partes, após passar por amplos cortes direto na planilha, mais uma vez sem supervisão do arquiteto. Aliás o arquiteto responsável passará longe da obra, a menos que se disponibilize a fiscalizar a obra de graça e informalmente.

É difícil começar a cuidar das partes se não temos o todo. Falando em linguagem arquitetônica, não se começa um projeto pelo detalhamento e sim pelo conceito, pelo lançamento do partido geral. Aos poucos reivindicaremos nosso direito de nos encarregarmos da cidade inteira. Por enquanto estamos no fim do ritual de passagem a vida adulta. Afinal, "com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades".Saibamos, queridos colegas, administrar essa carga que agora nos é dada.

Não sou pessimista a ponto de dizer que a carga é grande demais. Mas me sinto na obrigação de abrir os olhos dos mais afoitos, que ainda estão "indo na onda" da criação do Conselho. Esta é apenas a primeira vitória, batalhada há muitos anos, mas que vai criar a demanda de muitas outras lutas.

Pois se esse Conselho servir para algo, será para reivindicar os poderes que os arquitetos precisam ter. Poderes que são básicos para qualquer profissão, como o de ser contratado e de ver seus projetos executados fielmente para que possamos ser efetivamente responsabilizados, uma vez que esses projetos virem realidade.

Os primeiros traços do projeto já foram delineados e seu desenvolvimento depende exclusivamente de nós, arquitetos. É como qualquer grande projeto que nos é confiado. Afinal, se a nossa vida é fazer com que as coisas sejam bem planejadas no papel para que possam se tornar realidade, o que me dizem?Vamos construir juntos?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ArquiPensamentos: Arquitetura contra pessoas?

A primeira coisa que aprendemos em uma escola de arquitetura e urbanismo é que a arquitetura e as cidades são feitas por pessoas e para pessoas.Este é um principio fundamental que nós, arquitetos e urbanistas temos que respeitar, seja num design ergonométrico de um banco de praça, na conversa inicial com um cliente que vai gerar um programa de necessidades e que posteriormente se tornará um projeto arquitetonico ou seja na organização viária que conduzirá os pedestres, ciclistas e motoristas da melhor forma possível ao seu destino.
Independente da escala, QUANDO A ARQUITETURA DEIXA DE SER FEITA PARA AS PESSOAS E PASSA A SER UTILIZADA CONTRA ELAS, TEMOS A OBRIGAÇÃO, COMO PROFISSIONAIS QUE SOMOS, DE TOMAR UM POSICIONAMENTO E RETOMAR ESTES PRINCÍPIOS BÁSICOS QUE DEFENDEM OS DIREITOS DE CIDADÃO E QUE ESTÃO SENDO COMPLETAMENTE IGNORADOS EM PROL DE MANTER AS APARÊNCIAS.
É verdadeiramente colocar a sujeira pra debaixo do tapete, fechar os olhos pra um problema social de origem histórica.Um pequeno lembrete aos caros governates deste país: NÃO É FECHANDO OS OLHOS QUE AS DESIGUALDADES SOCIAIS DEIXARÃO DE EXISTIR, NÃO É ARREDANDO A POPULAÇÃO POBRE PARA AS PERIFERIAS PARA NÃO "PREJUDICAR A BELEZA DA CIDADE" QUE SEREMOS UM PAÍS MELHOR, MAIS IGUAL.
Arquitetura anti-indesejáveis no comércio do centro de Campinas
Espetos colocados nas escadas da Catedral Metropolitana de Campinas
Infelizmente o que se percebe é uma deliberada adaptação das cidades para que elas se tornem receptivas para alguns e repulsivas para os indesejáveis. Mais do que uma questão estética, porém, essas arquiteturas carregam uma profunda carga simbólica. Quando uma prefeitura chega ao ponto de construir formas urbanas para expulsar os pobres, ela revela que suas preocupações não são coletivas, mas direcionadas a servir aos interesses de uma pequena classe hegemônica.
Arquitetura anti-indesejáveis sob viaduto de Campinas

Por fim, é importante que não nos esqueçamos da forma espacial que mais claramente revela o objetivo de negar e segregar os indesejáveis: a prisão. Independente do local onde tenham sido construídas, as prisões são sempre majoritariamente povoadas pelos outros, o que no caso brasileiro são, sobretudo, os pobres. Além disso, há muito, a preocupação da Justiça brasileira não é a de recuperar seus presidiários e trazer esses outros para perto dos iguais, mas sim mantê-los o maior tempo possível isolados e na eterna condição de outro. Assim como os espetos anti-indesejáveis, as prisões não resolvem os problemas estruturais e profundos da sociedade, mas se contentam em promover uma “limpeza da paisagem”, tirando da vista dos iguais a incômoda presença dos “diferentes”.
Arquitetura anti-indesejáveis na entrada da Faculdade de Direito da Sorbonne, Paris
Pode se, então, concluir que a cidade de hoje, mais do que aquela do passado, nega ao outro a condição de cidadão, negação esta que tem na pobreza o seu principal argumento. E, como pôde ser visto, essa intransigência não se restringe aos atos, pois se concretiza em formas urbanas repulsivas e segregadoras. Com a existência dessas formas, as cidades passam a criar as condições para que a intolerância seja não só mantida como também reproduzida. Confirmando-se essa tendência, chegará certamente o momento em que as cidades de poucos “iguais” se tornarão insuportáveis para uma grande maioria de “outros".
Bancos antimendigos


Calçada de Londres com arquitetura anti-indesejáveis


Rampas em viadutos


domingo, 14 de agosto de 2011

Banner Trabalho Final de Graduação FAUrb|UFPel 2010|1

ArquIdeias: Aprovação de Demolição de Comércio e Projeto de Residência Unifamiliar

Projeto de Residência Unifamiliar de 2 dormitórios, estar/cozinha, banheiro e garagem.
O projeto visava a ocupação de um lote onde havia um estabelecimento comercial.Para que fosse possível a execução da nova edificação, o projeto de demolição foi encaminhado para aprovação. [Pelotas|Junho 2011]



Planta de Demolição
                                     


sábado, 13 de agosto de 2011

ArquIdeias: Estudo para transformação de comércio em residência

Estudos realizados com o intuito de reformar uma antiga sala comercial ( andar térreo de um sobrado) sem divisórias internas e transformá-la em apartamento para aluguel.
Como o imóvel é de esquina, foram elaboradas duas propostas, com entrada por ambas as fachadas. [Pelotas|Março 2011]

ArquIdeias: Estudo layout cozinha

Estudo de layout para a reforma de uma cozinha, visando o máximo aproveitamento para a utilização de armários, dadas as pequenas dimensões do ambiente e a falta de despensa para o armazenamento de alimentos. [Pelotas|Janeiro 2011]

ArquIdeias: Participação na Exposição de Trabalhos Acadêmicos de Aniversário FAUrb|UFPel 2010

Montagem de imagens do meu Trabalho Final de Graduação para a exposição no saguão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPel, em comemoração ao aniversário da faculdade 2010. [Pelotas|Setembro 2010]
O projeto foi um Parque Urbano e a Requalificação do Médio Curso do Arroio Pepino. Visava a renaturalização do curso do arroio, hoje quase totalmente urbanizado, para que este possa vir a cumprir sua função de várzea, absorvendo a direcionando a água das chuvas para a foz.
A ocupação irregular de APPs, bem como a canalização de cursos d'água urbanos para a construção de vias maginais é uma das principais causas de enchentes nas grandes cidades. A proposta tende a minimizar os problemas desta natureza, retomando as condições quase originais da área e elevando a qualidade de vida da população lindeira, com a criação de um parque público de lazer e local adequado para a feira já existente.
O projeto se mostrou uma alternativa interessante de ocupação e foi indicado a participar do Concurso Ópera Prima 2011.






ArquIdeias: Projeto de Residências Unifamiliares Populares

Estudos de tipologias residenciais unifamiliares populares de 2 e 3 quartos. [Pelotas|Setembro 2010]
Tipologia 2 quartos: 1

Tipologia 3 quartos: 1

Tipologia 2 quartos: 2

Tipologia 3 quartos: 2

ArquIdéias: Estudo Preliminar de Projeto Paisagístico

Estudo preliminar de projeto paisagístico para edifício residencial em Pelotas|RSdesenvolvido em parceria com a arquiteta e urbanista Sabrina Rau.
O projeto visava transformar canteiros em áreas secas, tirando partido de vasos e de vegetações suspensas para minimizar os problemas de infiltração nas garagens subterrâneas. [Pelotas|Setembro 2010]












ArquiIdéias: Projeto Residencial Unifamiliar |01|




Projeto residencial unifamiliar de dois pavimentos para Pelotas|RS.

O programa de necessidades incluía 3 dormitórios, estar/jantar, cozinha, banheiros social e intimo, escritorio e edícula para churrasqueira/lavanderia.
Por localizar-se em uma área de interesse histórico, diversos aspectos tiveram que ser considerados principalmente na composição da fachada. [Pelotas|Ago 2010].






Estudo inicial de fachadas, posteriormente a fachada principal foi alterada visando atender às solicitações da Secretaria de Cultura de Pelotas, conforme se pode perceber na prancha 03/03.




Para a realização deste projeto, foi necessária ainda a elaboração da retificação do lote junto ao refgistro de imóveis.